Mudanças climáticas — especificamente dias mais frios, mais úmidos e grandes oscilações de temperatura — podem aumentar o risco de acidente vascular cerebral (AVC). Foi o que concluiu um estudo feito na Faculdade de Saúde Pública da Universidade Yale, nos Estados Unidos, no ano passado.
A pesquisa foi baseada nos dados de 151 130 casos de internações por AVC registrados entre 2010 e 2011 em diferentes hospitais dos Estados Unidos. Os autores também recolheram informações sobre as temperaturas registradas nas regiões dos hospitais no mesmo período.
De acordo com o estudo, cada aumento de 5ºC na diferença entre a temperatura mais alta e a mais baixa registrada em um dia elevou o risco de hospitalização por AVC em 6%. Além disso, o número de internações por derrame foi maior em dias muito frios e úmidos (o estudo não determinou quais temperaturas configuram esses dias frios).
Segundo a epidemiologista Judith Lichtman, coordenadora do estudo, os vasos sanguíneos tendem a contrair com o frio, o que pode aumentar a pressão arterial e levar ao AVC. Além disso, temperaturas extremas podem desencadear uma reação de stress no corpo, que libera substâncias capazes de engrossar o sangue, aumentando a probabilidade de coagulação.
“O clima não é algo que as pessoas costumam associar ao risco de AVC, mas nós descobrimos que oscilações na temperatura e aumento da umidade, por exemplo, podem ser fatores de risco para o derrame”, diz Judith. Segundo a médica, pessoas que estão entre o grupo de risco para o AVC devem evitar a exposição a variações bruscas de temperatura e precisam estar atentas a qualquer sinal que indique um risco de derrame – entre eles, cansaço repentino, irregularidade do pulso (o coração passa a bater hora lento, hora rápido) e incapacidade de dormir à noite.
Fonte: Veja