Livro ensina a socorrer vítimas de parada cardíaca, AVC, enfarte e engasgo

Presenciar uma parada cardíaca não é situação desejada por ninguém. Mas a ajuda imediata vinda de uma ‘pessoa comum’ pode ser essencial para salvar a vida neste e em pelo menos outros três casos emergenciais. Ficou surpreso? Para mostrar que leigos são fundamentais no primeiro socorro, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) lançou um livro com orientações sobre como agir.

Na publicação ‘Treinamento de Emergências Cardiovasculares para Leigos’, da SBC, lançado este mês, estão informações práticas sobre o que fazer em caso de: parada cardiorrespiratória, enfarte, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e engasgo. Além das dicas, o manual ensina a reconhecer cada um dos males.

Segundo Antônio Carlos Carvalho, diretor do Comitê de Emergências Cardiovasculares e Ressuscitação da SBC, cada minuto após a parada cardíaca sem socorro representa menos 10% de chance de sobreviver. “Se após dez minutos a pessoa continuar sem circulação sanguínea, a chance de sobrevida é quase zero”, cita, acrescentando que, em muitos locais públicos, como o Metrô, há o

Desfibrilador Externo Automático, facilmente utilizável por leigos. Por isso, é fundamental iniciar imediatamente a massagem torácica. O gesto simula batimentos cardíacos e também reduz o risco de sequelas neurológicas. Para o médico, cabe ao leigo manter a vida do paciente durante os 15 minutos que, em média, a ambulância leva para chegar ao local se for logo acionada.

Já no caso do Acidente Vascular Cerebral, diz Antônio Carlos, o mais importante é identificar o mal e avisar ao chamar socorro profissional. Ele explica que se a equipe médica for informada do AVC, poderá iniciar mais rapidamente o atendimento específico e, assim, reduzir a dimensão da lesão cerebral. Ele lembra que o remédio específico para tratar o problema só está disponível em hospital.

“Ao avisar ao socorro, o tratamento começará mais rápido e o paciente será levado imediatamente a uma unidade que cuide do problema”, afirma.

O mesmo ocorre no enfarte. Identificar o problema e avisar ao socorro é fundamental para agilizar o tratamento e reduzir as sequelas. Já sobre o engasgo, apesar de aparentemente inofensivo, não são poucas as mortes provocadas pelo acidente. “Não é raro adultos morrerem engasgados com pedaços de carne, em churrascaria, por exemplo”, declara.

Ler esta matéria não é suficiente para que você esteja apto a socorrer alguém na rua, aponta Stephan Lachtermacher, cardiologista do Instituto Nacional de Cardiologia. Ele defende a importância de leigos fazerem cursos e acredita que as aulas deveriam acontecer inclusive nas escolas.

O presidente da SBC, Angelo de Paola, lembra que os norte-americanos passaram a capacitar até mesmo crianças a fazer as manobras de ressuscitação, levando em conta que há chances de o idoso — avô, muitas vezes — estar em casa em companhia apenas de netos crianças se sofrer um enfarte que pode levar à chamada morte súbita.

Fonte: IG