Hospital Pró-Cardíaco agiliza diagnóstico e tratamento de AVC com telemedicina

A cada seis segundos uma pessoa sofre um acidente vascular cerebral (AVC) no Brasil e 100 mil acabam morrendo no período de um ano. Os números impressionam e representam a principal causa de morte no País, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e uma das principais no mundo. Com a perspectiva progressiva de envelhecimento da população, a tendência é que as ocorrências de AVC aumentem, até porque são mais recorrentes em pessoas acima dos 60 anos. A boa notícia é que muitos especialistas e médicos no mercado defendem que até 90% dos casos poderiam ser prevenidos por meio da conscientização da população e serviços mais ágeis.

De olho neste cenário, o Hospital Pró-Cardíaco, do grupo Amil, identificou no ano de 2011 oportunidade de se especializar, ainda mais, no atendimento a pacientes com suspeita de AVC e ser referência no Estado do Rio de Janeiro.

Depois de disponibilizar neurologistas 24 horas por dia, o hospital ainda desenvolveu um programa de atendimento à distância, aprimorado no último ano. Com um centro de telemedicina no Pró-Cardíaco, no bairro do Botafogo, os neurologistas de plantão dão suporte remoto a outras cinco unidades emergenciais do grupo, com acesso e parecer de exames como tomografia computadorizada e ressonância magnética.

Quase R$ 2 milhões foram investidos no projeto, incluindo equipamentos, contratação e treinamento de pessoas. “O objetivo era tratar o AVC de forma mais inteligente, com mais rapidez no diagnóstico e no início do tratamento, para assim reduzir complicações e minimizar os possíveis impactos da doença”, conta o diretor executivo do Hospital Pró-Cardíaco, Marcus Vinícius Martins. Os fluxos internos emergenciais e na área de radiologia também foram redesenhados para dar mais agilidade no atendimento do paciente com suspeita de AVC.

A Acreditação Canadense (Accreditation Canada) recebida em março de 2012, incluindo menção específica para o processo de atendimento ao paciente com AVC (Distintion AVC Program da Accreditation Canada), único centro a ter esse reconhecimento fora do Canadá, simbolizou os importantes ganhos do hospital em qualidade assistencial.

Para se ter uma ideia, no período de março de 2013 a julho de 2014, o centro de telemedicina atendeu aproximadamente 300 consultas, sendo 109 por suspeita de acidente vascular cerebral. Destes, 79 foram de causa isquêmica devido à obstrução arterial por trombo – diagnóstico no qual se obtém as maiores vantagens com rápido tratamento. No caso do Pró-Cardíaco, constatou-se uma taxa de utilização de trombolítico de 20%, percentual considerado excelente quando comparado a resultados de principais publicações internacionais.

O uso da telemedicina para este projeto solucionou a barreira do alto custo para disponibilizar um neurologista 24 horas por dia. Atualmente, a conexão remota entre as unidades está adequada para vídeoconferência e transmissão da imagem de exames em 89% dos casos.

Martins lembra também que as operadoras de planos de saúde foram beneficiadas economicamente pela maior resolutilidade e menor tempo de permanência conquistados. Além de pacientes com suspeita de AVC, aqueles que chegam com risco de infarto também utilizam a mesma infraestrutura de cuidado remoto.

Há três anos, o Pró-Cardíaco, que hoje conta 110 leitos, vem se remodelando tanto fisicamente quanto tecnologicamente. Atualmente a infraestrutura de TI tem o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) parcialmente implantado, o que possibilita, por exemplo, interface com dispensários eletrônicos na unidade de terapia intensiva.

Fonte: Saúde Business