Estudo identifica tratamento mais seguro capaz de reduzir a mortalidade em casos de AVC

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A edição de maio do periódico médico mais influente do mundo, o The New England Journal of Medicine (NEJM), divulgou um importante ensaio clínico internacional que deve mudar a conduta no tratamento do Acidente Vascular Cerebral (AVC). O estudo mostra que uma dose menor do trombolítico (medicamento usado para dissolver coágulos no cérebro) é mais segura, reduz a mortalidade e pode ser usada nos AVCs com maior risco de hemorragia. Segundo o principal autor do estudo, o professor Craig Anderson, a redução na dose da medicação também reduz os sangramentos e melhora as taxas de sobrevivência dos pacientes. 

O estudo foi idealizado por pesquisadores do Instituto George para a Saúde Global, na Austrália e foi realizado em mais de 100 hospitais em todo o mundo com mais de 3.000 pacientes. No Brasil, o estudo foi coordenado pela neurologista Sheila Martins (Chefe do Serviço Médico de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento e Neurologista Vascular do Hospital de Clinicas de Porto Alegre), e pelo neurologista Octávio Pontes Neto (professor da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto), com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).

“Provavelmente, isso vai mudar a conduta do tratamento do AVC no Brasil, possibilitando oferecer o tratamento com menor dose para aqueles pacientes com maior risco de hemorragia”, aponta a doutora Sheila Martins. A neurologista ressalta que a aplicação de uma dose menor do medicamento vai diminuir o custo do tratamento, facilitando a sua utilização em larga escala pelo SUS aqui no Brasil e também em países onde o tratamento ainda é muito caro.

O AVC é uma das principais causas de morte e de sequelas no mundo. A doença atinge 16 milhões de pessoas a cada ano. No Brasil, são registradas cerca de 100 mil mortes a cada ano, o que gera grande impacto econômico e social. Desde 2011, de acordo com o Ministério da Saúde, a doença – que era a principal causa de morte no País – passou para o segundo lugar, ficando atrás apenas do infarto.

Confira AQUI artigo publicado no Jornal da USP (Ed. 14/06/2016) sobre a eficácia do tratamento com drogas trombolíticas para tratar AVC.

Assessoria de Comunicação